Wednesday, August 15, 2007

Senti que parti,
E fui levada pelo vento.
Percorri um sentido inverso
Oposto ao traçado por mim,
No mapa que era incerto.

Vivi e cresci,
Não sonhei, nem adormeci,
E das minha lagrimas misturei-as com a chuva
E ninguem deu por nada,
Agora tenho um segredo
Que guardo para mim mesma .

Mudei e recomeçei
Caminhei para tras
A procura de um novo caminho
Esperei, sentei e por fim sonhei.

Monday, August 13, 2007



Olá! Eu sou a Andreia, tenho 16 anos e sou Portuguesa. Não sei porque escrevo este texto nem sei o que vou escrever , talvez um auto-retrato, mas sinceramente não gosto muito de falar sobre mim, talvez escreverei algumas palavras sem nexo ou um texto de prosa que normalmente me saem muito mal. Mas daqui para a frente vou escrever palavras que me saem directamente do coração para as mãos. Hoje é dia 14 de Agosto de 2007, há mais ou menos 2 semanas a minha mãe saiu de casa. Não sei bem o porquê, ela diz que a culpa é minha, do meu pai, e de todos aqueles que ela não gosta ou talvez inveja, eu cá tenho pena dela . Nestas duas semanas fiz aquilo nunca pensei fazer, fui aquilo que ninguém pensava que era possível eu ser, provei a mim, á minha mãe ,ao meu pai, não sei bem o quê, mas sei que provei qualquer coisa. Já disse que o meu nome é Andreia e que tinha 16 anos, não sou uma rapariga de muitas histórias, e não gosto de ser crescida, não gosto de saber e não gosto de chorar. Também já disse que os meus pais se separaram, e que nestas duas semanas fui obrigada a ser crescida e daqui em diante não vou voltar a ser criança porque não posso, a minha mãe abandonou-me, a mim á minha irma, a Rita e ao meu pai, agora eu sou a irmã mais velha e sou a responsável por construir, talvez, o que a minha mãe quis construir e deixou pela metade, esqueceu-se e deixou o que construiu ao abandono, ela nunca foi persistente e com vontade própria, sim eu sou responsável por ressuscitar os pedaços de felicidade que pouco existiram em mim, na Rita e no meu pai, também vou realizar aquilo que escrevi em rascunho para mim, para o futuro e para quando um dia eu fosse mãe, vou oferecer não sei bem o quê a eles mas sei que tenho de oferecer algo que os faça,verdadeiramente feliz. Nestes dias conheci um pouco de tudo, a Amizade, o Odio, o Amor, o Carinho, o Esquecimento, a Dor, a Mentira, a Luta, a Realidade, a Infelicidade, a Paz, etc; esta semana percebi e compreendi, conformei-me e por vezes não entendi, desabafei e falei, lutei, lutei, lutei e sofri, sofri, sofri.
Acho que sou forte e fraca, forte não por mim mas pelos outros e fraca porque sou humana e tenho sentimentos. Há uns dias atras chamaram-me monstro, porque me tinha esquecido da minha mãe, há uns dias atras chamaram-me covarde porque tinha batido na minha mãe, há uns dias atras desiludi-me e chorei, se calhar não devia porque agora sou crescida, mas eu sou a Andreia e só tenho16 anos. A minha mãe, a maior das desiluções, não sendo negativa mas verdadeira, acho que nunca gostou , amou , olhou por mim como uma mãe olha por uma filha, toda a minha vida chorei, muitas vez por ela outras vezes com ela, mas com ela foram poucas as vezes e aquilo que me dizia não vinha do fundo porque ela não sabia como eu me sentia, e perdi a conta das vezes que chorei por ela e a ultima que chorei, chorei por tudo, o antes, agora e o depois, chorei por mim, ela e os outros, chorei porque era o fim, como quem chora quando nos despedimos de alguém que gostamos e nunca mais veremos, chorei porque ela trocou-nos, chorei porque ela não voltou, sim ela, não a mulher, ser, animal, que cá veio e me bateu a mim, ao meu pai e não me olhou, mas sim odiou, chorei porque ela me bateu, chorei por estar cheia de chorar por ela, chorei por nunca mais poder chorar com ela, chorei pelo sorriso que as vezes oferecia sem nada em troca e chorei, porque perdi um pedaço de mim, perdi a mãe, uma mãe um pouco mãe, um pouco mulher e um pouco amiga, mas mãe.
Não sei bem porque escrevo isto, porque não é um desabafo, nem as palavras descrevem bem aquilo que sinto e o vazio deixado quase como ironia . Acho que passa, e que um dia vou ser feliz como nunca fui, acho que um dia vou puder voltar a ser criança .
Queria acabar de escrever mas não consigo, sinto que falta algo que deixei esquecido e não consigo descrever, é estranho é como o vazio que sinto, talvez seja esse vazio que tenha de descrever, mas não sou crescida o suficiente para o descrever.
Continuando, nestes dias descobri que tinha algumas amigas, amigas sim , amigas do coração, também descobri que aqueles que eu eu dizia amigos não verdade não o eram, foram uns dias indescritíveis , lentos e rápidos, tristes e felizes mas enriquecedores como tudo na vida.
Aprendi, sim aprendi, e conheci um mundo novo , um mundo triste e feliz , um mundo forte e fraco, um mundo turbulento e pacifico, um mundo amoroso e destestável, nestes dias cresci, e finalmente compreendi , que o essencial é invisivel para os olhos mas sentido de coração. E para mim o essencial não são palavras, o essencial é aprender e viver para mim e para os meus.

Saturday, August 04, 2007

Felicidade

Se um dia as palavras não dissessem
O que o coração sente
E os gestos e imagens fizessem,
Mil e uma estrelhas se ajoelheriam ,
Aos seus pés, e o mar amansava-se e adormecia no teu leito.

Se um dia o amor não lhe falasse
Lembre que guardo em rascunho tudo o disse de mim
E o sorriso que não acalmou foi levado pelo vento
Distraido pousou no seu, no meu pensamento,
E um dia a certeza de felicidade,
Tocou em mim brevemente.

Por si , por mim e pelos outros,
A espera do nosso sorriso veio,
Não agora, mas há muito tempo.

Wednesday, August 01, 2007

Digo

Se um dia disse o que não disse
E as palavras voaram como sentimentos soltos
é porque tinham de voar
E aquilo que disse é porque disse.

Magoar, não magoar,
Não me interessa,
É aquilo que penso não me vou calar.

Nem vou deixar as palavras sossegar
Porque o que digo, digo ...
E não me vou calar.